sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ide

Ide!
Ide agora mesmo,
Não olhai para trás,
Não vos apegai,
Nada é teu,
Nem o ar que respiras,
Tampouco o coração que em ti pulsa!
Ide!
Ide por todo sempre,
Todavia,
Lembra-te que o teu sangue
Sim, o teu sangue,
Jamais se unirá ao meu!
Ide!
Que tudo em mim é proibido!
Pois tudo em ti me dá libido,
E não consigo sequer sobreviver.
Ide!
Pois tudo fora quimera,
Anos de primavera.
E que meu maior intento,
Rende-se agora com o tempo.
Ide!
Ide sim,
Desta vez para nunca mais,
Pois percebi que meu barco,
Jamais aportará num tão sombrio cais.

2 comentários:

borboleta azul disse...

Tal como o vinho, a poesia apura com o tempo! Essa está apurada, no ponto certo! Sempre provocante... ameii!

Montarroyos disse...

Muito bom. Gostei de verdade.