E se descobrisses?

E se decobrisses que o teu maior talento é afastar as pessoas da tua presença?
É tratar os outros com desdém e incisiva indiferença.
E se descobrisses que a solidão é a tua melhor companhia?
E que não suportas a voz dos vizinhos nem o soar da campanhia.
E se descobrisses que não mais queres descobrir?
Pois descobristes que desconfias até do por vir!

Quando não há mais o que escrever

Quando não há mais o que escrever,
Quando as palavras apenas traduzem um sofrer,
A atitude mais sensata seja, talvez, simplesmente calar...
Calar, sim, diuturnamente silenciar.
Calar de vez, e por vez fechar a boca,
Conter os pensamentos de um cabeça estupidamente oca,
Manter os pés firmes e não ir a lugar algum,
Manter algum valor, mesmo quando não há mais nenhum.

o OUTRO

O Outro nunca será você e você nunca será o Outro,
Mundos diferentes... diferentes escolhas...
Idas e Vindas...
Reflexões infindas,
O Outro é o outro e só,
Já dizia Jean-Paul Sartre o Inferno é o OUTRO,
É do Outro que temos medo,
É pelo Outro que nos apaixonamos,
É com Outro que nos decepcionamos,
No entanto, esse Outro torna-se não um simples outro,
Ou outro Outro, mas O OUTRO...
Ruim é quando esse Outro nunca é só outro,
Então o Outro vem e de novo é mais Outro...
E mais Outro, e mais Outro e mais Outro,
Bom é que os outros são só os outros...e só.
Tantas decepções com tantos outros, principalmente com os mesmos Outros
Por isso que dizem ser piores sempre os problemas dos outros,
Os outros sempre acham que têm mais razão, mas não entendem que são só os Outros...
E você? Resiste? Insiste? Persiste em SER?
Em ser você?
Ou se contenta em simplesmente ser...
Ser só mais OUTRO?